sábado, 15 de agosto de 2009

Segundo show, segundo ato

Lágrimas do sol. Ele grita, ele queima, ele vira . Com ele eu pinto as barreiras do meu mundo, como Alice, como Coraline, como os outros contos de fadas. Só meu. Uma barreira impenetrável. Uma barreira invísivel. Invísivel para aqueles que não sonham. Invísivel para aquelas que não acreditam. Invísivel para qualquer um que tentar entrar em minha mente, e fazer de mim apenas mais uma escrava da mesmisse que circunda minhas entranhas, que invade meus olhos que atiça meus medos, que me faz abaixar a cabeça, que me empurra para trás. Eu corro. Eu enfrento os meus dragões. Eu enfrento meus trasgos. Eu escalo minhas torres. Eu enfrento minhas bruxas. Mas nenhum príncipe, nenhuma fada, nenhum cavalo, nem meus guerreiros, nem nada me espera do lado de fora. Eu me atiro no chão. A saudade me apunhala. E o bicho-papão me leva de volta para meu reino. Sozinha, com meus dragões, meus trasgos, minhas torres, minhas bruxas. Sozinha. Eu e o nada. Eu e o tudo.