terça-feira, 26 de maio de 2009

Segundo show, primeiro ato

          Marcha Infernal


    Uma alma desperdiçada,
    Uma alma recrutada.
    Uma alma corrompida,
    Uma alma prometida.
    E assim se enche lentamente,
    O exército da o desilusão inconsequente.

domingo, 3 de maio de 2009

Intervalo

Um novo dia.



Estou em êxtase. Confusa, machucada, mas em êxtase. Sonhos se realizam, no fim. Eu sempre tive uma relação turbulenta com meu pai, por causa da separação ter sido minha culpa. E ele sempre esperou mais de mim, do que posso realmente dar. Sempre aturei a mulher dele. Aturar é o verbo certo. Ela não gosta muito de mim, e eu não gosto muito dela. Mas nos damos bem, até. Nunca brigamos. Ela tenta me agradar, eu tento agradá-la. Mas então, de aniversário e de formatura, meu pai me deu mais uma notícia: o sobrinho da mulher dele iria morar com eles. Nada contra ele. Ele me trata com uma prima, não me faz mal, estamos de boa. Mas não é meu melhor amigo. Eu suporto ele. A questão é que meu pai sempre deu mais coisas, mais sentimento, mais tudo, para ele do que para mim. Mas eu estou em êxtase. Desde de que me conheço por gente, eu sempre quis ter um irmão. E mesmo depois da separação dos meus pais, eu continuei sonhando que um dia, isso aconteceria. Não importava com qual. E aconteceu. Estou feliz, empolgada, ansiosa. Já vi filmes&séries, que, quando um novo bebê nasce, os primeiros filhos são esquecidos. Mas me conhecendo bem, acho que vou mimar tanto esse pequeno ser, vou ficar sempre tão perto dele ou dela, que não terá como se esquecerem de mim. M. disse que nossa relação vai melhorar. Tenho fé, nisso. A questão é que eu estou feliz.